Total de visualizações de página

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Discutindo o “novo” vestibular


Em reunião com os 55 reitores de universidades federais, o ministro da Educação, Fernando Haddad, detalhou a proposta de unificação do vestibular. Segundo o projeto, a nova prova baseada no Enem visaria à qualificação da educação em nível básico e superior. A iniciativa conquistou a simpatia dos dirigentes das universidades. Um documento de “referência operacional” redigido durante o encontro servirá de base para os reitores convocarem debates em suas respectivas instituições.
O projeto sugere que o pleiteante de vaga no ensino superior participe do Enem reformulado e, somente após a divulgação do resultado, ele se inscreva nas universidades públicas e privadas cadastradas. A escolha pode envolver o mesmo curso em cinco instituições diferentes ou cinco cursos no mesmo estabelecimento. Na hipótese de ocorrer uma grande adesão ainda este ano, a medida já valeria para o ingresso no início de 2010.
Entretanto, no território continental brasileiro é impensável a aplicação de uma prova unificada em que não se enquadre o contexto regional do candidato; minha preocupação reside na desconsideração da cultural local – elemento que condiciona a pluralidade de pensamento –, que seria preterida na execução de uma prova única. A favor do novo modelo está a declaração do ministro destacando a construção de uma prova de “investigação e não memorização” como ocorre no método de seleção atual.
Outra questão levantada é a provável elitização do ensino superior, considerando a mobilidade que a escolha para concorrer em até cinco instituições irá trazer. Ora, não será surpresa que os estudantes de regiões onde o ensino é precário sejam desprivilegiados, pois mesmo que o fenômeno de migração ocorra atualmente ele certamente será maior quando a escolha for por candidatura em até cinco diferentes universidades. Digo isso porque hoje é incomum a sujeição de um candidato a mais do que cinco vestibulares. Assim, o contra-argumento enfatiza a universalidade do ensino superior e, tão ou mais importante, que o sistema em questão permitirá reavaliar, no decorrer dos anos, a eficiência do ensino no nível básico.
Ressalto a necessidade de que essa discussão não se limite aos campi federais, mas também à sociedade que é, sobretudo, o alvo das políticas educacionais. E, retomando a fala do ministro da Educação, reitero que é essencial que façamos um “pacto político” para além da mudança estrutural, como também para uma nova abordagem pedagógica dentro das esferas de ensino. Aos desprevenidos cabe o alerta de que somente a discutida reforma não basta, o direito à educação continua a vislumbrar o dia em que a graduação será um caminho livre de quaisquer seleções que não podem traduzir em números a capacidade humana.


Edu Jacques Filho

Estudante de jornalismo

Fonte: http://www.jornalagora.com.br/

Nenhum comentário:

Aula Prática

Aula Prática
Aula prática no laboratório de Histologia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN)

1º Turma do Cursinho

1º Turma do Cursinho
Alguns alunos

Processo Seletivo

Processo Seletivo
Concetração

I Simuladão da UFRN

I Simuladão da UFRN
Simuladão aberto a comunidade norte-riograndense, mais de 160 pessoas inscritas

Seguidores